domingo, 8 de maio de 2011

E em meio as constelações [...]

Por que as vezes sentimos que as pessoas estão longe de nós mesmo quando estão ao nosso lado todos os dias? Essa noite peguei-me pensando em você, novamente. Era o mesmo lugar, a mesma poltrona azul, a mesma sala escura, a mesma trilha sonora, porém o brilho era outro. O que fizestes comigo? O que eu fiz contigo? Por que mudamos tanto minha pequena criança?
Essa noite lembrei-me de quando sentamos ao crepúsculo para oobservar o surgimento das primeiras estrelas no céu. O movimento singelo de cada uma. Você acariciava meus cabelos, e não queria partir. Lembra?
Nesse momento, meus sentimentos então foram envoltos por uma nostalgia inexplicável. Eu estava diante do espelho, e mesmo sabendo que era eu mesma, era difícil reconhecer meu próprio reflexo.
Passou então diante dos meus olhos todas as cenas de suas crises de ciumes. O modo o qual você mexia suas sobrancelhas, e procurava sorrir para manter a aparência, porém ao virar-se apagava seu sorriso e desmascarava uma lágrima que rolava sem permissão. Sei que você imagina que eu jamais reparara, mas era tão único seu jeito de fazer isso, penso que depois do seu olhar tímido e de sua boca bem desenhada, é a caracteristica que melhor lhe cabe.
Se lembra ainda de quando você olhou em meus olhos e disse "você é tudo o que tenho?" parece que faz tanto tempo não é mesmo? Eu era tudo o que você tinha. E o que sou hoje? O que você é hoje? Eu não entendo o motivo de tantas questões assombrarem meu interior. Chego a pensar as vezes que parece o fim do nosso jogo. E machuca, dói, sangra. Sangra tanto que chega a escorrer pelos meus olhos, chego a transpirar dor, medo. Medo de deixar de ser sua pequena estrela. E por incrível que pareça, mesmo com esse medo que me move, tenho a esperança de que você está ali, do outro lado envolto em sentimentos, olhando para o céu, e me buscando em meio as demais constelações. Não, ainda não é o fim do jogo. É penas um ataque. E eu resisti.

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