quarta-feira, 16 de março de 2011

The light in my dark sky...

Era como o sol da manhã, brilhava entre as nuvens, com aquele mesmo sorriso de sempre, o olhar parecia radiar mais do que de costume – haviam pontadas de nossa costumeira saudades, movida por olhares banais que sempre acabavam em sorrisos. Não sei o motivo, mas sinto uma espécie de esperança de que algo havia de ser declarado. Ainda que todas as palavras não conseguissem sair, era algo inevitável. Conhece o céu, certo? Pois bem, existe céu bonito, tão bem criado, com suas colorações avermelhadas dançando com outros tão diferentes tons acinzentados de chuva. Um necessita doutro. Não existe beleza, se ambos não estiverem ligados a algo surreal. É chamado de amor, por mim, para mim e por você.
Você é semelhante as cores mais brilhantes ali pintadas. Possui um efeito de "pôr do sol" sobre mim, pois você, aos meus olhos, funciona como algo tão encantável que torna-se impossivel parar de admirar. Acho que é assim que te vejo. Como uma boa companhia para quando eu mais precisar, como um porto seguro talvez. Você é como os raios solares que insidem sobre uma cerejeira, pois o sol é responsável por deixá-la viva. E acho que é isso que se passa em minha mente agora. Você me deixa mais viva, mais feliz.
Naquele dia, cantei, brilhei, criei minhas fotografias imaginárias com cores quentes e radiantes. Naquele dia, queria poder passar para tudo a vida que estava dentro de mim, queria poder deliciar de uma forma mais lenta a sensação de paixão, mas me contive. Passei a euforia, e a vida para minhas histórias e meus retratos. Mesmo eu, que sempre fui como a parte acinzentada do céu, que presume as piores tempestades do inverno, consegui radiar aquele dia. E tudo isso graças a você. Ao teu olhar, ao teu sorriso, as tuas palavras.
Sabe, as vezes eu fico imaginando como seria se eu pudesse te falar sobre isso. Eu penso, até tento esticar minhas mãos, mas não consigo, sinto-me atada em palavras que não saem. Talvez você nunca tenha a oportunidade de escutá-las. Sinto receio e uma certa melancolia em pensar que de tudo o que hoje existe, pode perecer amanhã apenas pelo meu medo. Porém por outro lado, eu sei que posso desfrutar dessa deliciosa sensação por mais um tempo. Um longo período quem sabe. Talvez você também esteja nesse transe em segredo. São tantas as possibilidades que minha imaginação viaja longe, me mostrando diferentes caminhos a serem seguidos.
É impressionante como quando agimos com o coração não nos damos conta de nossos atos físicos. Quando estamos envoltos nessa série de sentimentos estranhos que se baseiam na palavra "paixão" pensamos de uma forma diferente, vemos o mundo de uma forma diferente. Enxergamos a beleza no que antes parecia rotineiro, vemos o melhor lado da situação, por mais subjetivo que isso possa parecer.
E hoje, quando acordei, exitei por alguns segundos, e devido a certo receio tentei permanecer na cama pelo máximo de tempo possível. Por mais que eu negasse para mim mesma, sabia que estava inspirada, porém não concentrada. Há muito tempo que nada me fascinava tanto quanto essa sensação, pois não a sentia, nem sei se ainda sabia como se sentia, e tamanha era essa surpresa, esse fascínio, que eu perdera a noção do tempo, nada mais conseguia me distrair, nada era forte o suficiente para tirar o sorriso de minha face e sua imagem de minha mente, era como se... Era como se eu me sentisse viva novamente. Reproduzi várias vezes em minha cabeça a cena vivida há tanto tempo já, enquanto observava o sol tomar conta do céu. Relembrava os mínimos detalhes, relembrava suas linhas de expressão, por mais simples que fossem. O contorno de sua mão, minhas fotos imaginárias, seu olhar amendoado, seu sorriso morno... Eu não cansava de reviver, de ressentir tudo isso. Não entendo ainda se fora coisa de minha cabeça ou outra opção qualquer. Não sei também se alguém saberia definir com exatidão e precisão o que esse conjunto de sentimentos significa, ou se é realmente sentido. Continuei ali, esparramada por entre os lençóis fitando o teto e envolta em sentimentos que jamais saberei se tinham – ou não – algum ponto de razão.
Talvez por alguma intervenção do destino eu terei, pelo menos a chance de vê-lo mais uma vez... Queria falar sobre o que eu pensava, sobre o que supostamente sentia. Por alguns instantes ainda, hoje pela manhã, apenas fiquei ali, idealizando novos encontros, perfeitos por sinal. Eu sabia que eles jamais viriam a sair de minha mente e tornarem-se realidade, mas esse era um jeito, o único talvez, de eu o sentir mais perto de mim. “Céus!” pensei. “Pareço uma criança!”, disse em voz alta sorrindo. E nesse instante me levantei. E pulei. E rodei. Joguei-me no carpete a frente da janela da sala e pela primeira vez naquela manhã, encarei as folhas da minha velha cerejeira, que dançavam no ritmo suave da brisa pós-chuva de verão. Ainda com um resto de riso na boca, peguei meus livros, e sai. Porém antes, guardei dentro do meu baú - agora aberto - uma fotografia colorida, uma fotografia simples, mas que possui a mesma essência que a felicidade.

Um comentário:

  1. Olá.
    Td bom?
    Como sempre seus textos impecáveis, maravilhosos e inspiradores, e por esse motivo indiquei você para o Selo: Prêmio Dardos, que elege os melhores blogueiros. Vou deixar o link para vc ler depois.

    http://girlslikeaboys.wordpress.com/?p=106

    Obrigada.
    Muita paz e energias positivas pra você.

    ResponderExcluir